Os mais famosos e notáveis códices e manuscritos iluminados que possuímos são, porém, os que se guardam no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e que formam um dos mais ricos núcleos do nosso património artístico; mencionaremos o Apocalipse de Lorvão, a que já acima nos referimos, o Missal Antigo, o Testamento Velho, o Martirológio, o Livro Primeiro das Missas, o Livro dos Hinos, o curiosíssimo Livro das Aves, em que vários animais desta espécie estão representados em formosíssimas iluminuras a prata e ouro, de grande valor e realce artístico, e ainda outros códices recolhidos, como estes, do cartório deste célebre mosteiro cisterciense; a famosa Bíblia em sete volumes com comentários de Nicolau de Lira, conhecida por Bíblia dos Jerónimos por ter sido testada por el-rei D. Manuel aos frades do mosteiro dos Jerónimos, de Belém, e, segundo a tradição, oferecida a este monarca pelo papa Júlio II; o Mestre das Sentenças, de Pedro Lombardo; o Atlas, de Vaz Dourado, o Livro do Armeiro-mor, o famoso Armorial de António Godinho, alguns códices das Crónicas, o Livro de Horas de D. Duarte, e finalmente a preciosa colecção de 60 códices denominada Leitura Nova, mandada organizar pelo rei D. Manuel, e cuja figura se supõe estar representada no D inicial do primeiro livro desta colecção com o nome de Primeiro Livro da Comarca de Além-Douro.
O frontispício destes códices é profusamente iluminado com interessantes e variados motivos da fauna terrestre e marítima, tais como: animais fantásticos, centauros, aves, borboletas, caracóis, caudas de pavões que se desdobram em leque com matizadas cores e palhetas de ouro de reflexos tão vivos e incandescentes como se acabasse de ser aplicado; flora luxuriante: cravos, rosas, malmequeres, miosótis, frutos; paisagens terrestres com cenas da vida rural, como um lenhador, uma azenha, uma caçada; paisagens marítimas com bergantins, barcos, naus e caravelas, cenas de pesca; cavaleiros da época com a sua característica indumentária; motivos religiosos, como os quatro evangelistas, a fuga da sagrada família para o Egipto, a Verónica; motivos arquitectónicos como o convento de Cristo, de Tomar; anjos alados sustentando o escudo de armas de Portugal, ladeado das esferas armilares manuelinas.
Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa, Editorial Enciclopédia, Limitada, volume XIII, pp. 522-525,
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