Pelo que sucintamente acabamos de expor vê-se que a iluminura em Portugal chegou a atingir, principalmente nos séc. XV e XVI, notável perfeição e desenvolvimento, deixando-nos esta arte obras que podem rivalizar com as mais ricas e perfeitas que se guardam em arquivos, bibliotecas e museus de outros países.
Sousa Viterbo, em comunicação feita à Academia das Ciências de Lisboa, dá conta da existência, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, de um precioso manuscrito que pertencera à casa real portuguesa, um rico breviário executado provavelmente em Roma, sob a direcção do embaixador português enviado por D. Fernando no ano de 1378. No reinado de D. Afonso V, o célebre monge veneziano Fra Mauro iluminava os mapas para o nosso monarca.
É conhecido o gosto que D. João II tinha pela iluminura, arte que muito se enriqueceu com as conquistas e descobertas portuguesas e a influência que exerceram sobre a imaginativa dos iluminadores, oferecendo-lhe novos e variados motivos para a sua inspiração. No reinado de D. Manuel, a vinda para o reino de artistas como António de Holanda, Olivier de Gand, Cristóvão de Utrecht e outros, contribui para o desenvolvimento que as artes e, entre elas, a iluminura, tiveram durante este período.
Nesta arte predominam sobretudo as influências de duas escolas: a flamenga, que influenciou os iluminadores do reino, e a italiana, que exerceu propriamente a sua influência sobre os que viajavam.
Entre os mais notáveis iluminadores, além dos já mencionados, destacam-se Francisco de Holanda, que executou à pena os livros do convento de Tomar e os do mosteiro de Belém; Bento Contreiras, monge carmelita, que iluminou alguns livros da sua ordem, em Lisboa, no séc. XVI; Frei Simão de S. José, monge paulista; Manuel da Purificação, cónego secular de S. João Evangelista, que iluminou, com suma perfeição, livros de coro e de armaria no começo do séc. XVII. (Raczynski, Les Arts en Portugal; Sousa Viterbo, Iluminadores e Calígrafos Portugueses; idem, Livraria Real no Reinado de D. Manuel, in Archivo Historico Portuguez).
A datar da invenção, ou mais propriamente, da vulgarização da Imprensa e aperfeiçoamento dos meios mecânicos para executar a parte escrita do livro e os processos para a sua ilustração, a iluminura começa rapidamente a declinar.
Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa, Editorial Enciclopédia, Limitada, volume XIII, pp. 522-525,
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