Iluminura do Livro de Horas de Robinet Testard, do último quartel do século XV, que representa a preguiça, um dos maléficos sete pecados capitais.
No quadro superior, uma mula ou asno ricamente ajaezada de ouro jaz inerte no chão, e o cavaleiro burguês, pese embora a insólita situação, nesse ínterim mantem-se em cima da cavalgadura, dominado tal-qualmente pela inércia. O asno, simboliza deste modo a animalização do pecado teológico.
Na porção inferior o diabo amarelo Belfegor, Príncipe da Preguiça, com o prazer do mal e dedo em riste, comanda os destinos ociosos de todas as espécies e situações, pois a fiadeira dormita de roca da mão, o cão dorme profundamente, o alfaiate foi tomado pela acídia e não corta a peça de pano, tal como o burguês ricaço recostado no balcão e, até, uma mulher burguesa sentada num banco espreguiça-se indolentemente.
A cabeça reclinada representa o traço comum ao proscénio espacial. Estão todos possuídos de ócio porquanto a preguiça dilata a noção de tempo, retarda o trabalho e sustém o mundo na inactividade e, por isso, ninguém consegue fazer nada neste universo de pecado espiritual. A cena afigura, porém, uma alegoria profundamente crítica e satírica à burguesia, enquanto classe social, aqui caracterizada como avara, preguiçosa e viciosa. Assim, a preguiça, representa um duplo pecado social e moral.
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