Apareceu há meses um velhíssimo manuscrito português, datado dos finais do século XVI, que tem uma particularidade interessantíssima para os historiadores e para os portugueses: uma capitular maiúscula mostra um canguru desenhado na letra D. O facto em si não é despiciente de todo, pois o manuscrito é anterior à descoberta oficial da Austrália e pode, assim, servir de testemunho documental de que Portugal descobriu a terra australiana muito antes dos holandeses, juntando-se, assim, às outras provas e indícios no mesmo sentido.
Trata-se dum texto original com 63 fólios sobre papel, encadernação inteira de pele com filete duplo e inscrição gravada a ouro nas pastas com o nome da proprietária “Caterina de Carvalho”. O manuscrito apresenta uma cercadura a enquadrar a pauta com notação musical, escrita a tinta negra e vermelha, guarnecida por letra gregoriana em latim. Está ilustrado com dezenas de letras capitulares maiúsculas iluminadas e coloridas, guarnecidas com figuras de fantasia, humanos, animais e motivos vegetalistas.
O manuscrito em causa é um missal ou livro de orações com músicas para cerimónias religiosas, com cânticos gregorianos da missa solene, salmos, hinos e elegias e foi escrito em latim e em português e data de 1580 – 1600. Ora a descoberta dum canguru num manuscrito tão antigo prova, de forma indesmentível, que o artista iluminador teve acesso, então, aos relatórios da viagem ao continente e que diversos desenhos de marsupiais já circulavam em Portugal.
O livrinho manuscrito pertenceu a uma Catarina de Carvalho, freira em Caldas da Rainha, segundo dizem e noticiaram na ocasião, o que parece não estar conforme. Contudo, nessa época vivia na urbe caldense uma tal Catarina de Carvalho, esposa dum Felício Rodrigues e mãe que foi de frei Jorge de S. Paulo de Brito, sendo este documentado como provedor do Hospital das Caldas.
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